15.5.14

Cara B

Quem pode comigo quando digo tudo o que sinto? Ou quando apenas sinto?
Me desconforta a ideia de homem máquina de hoje em dia. Não a maquina no sentido de produção em serie e trabalhos repetitivos, se bem que em menor grau ainda existem. Mas a maquina no sentido de um ser sem emoção. Lembro de uma aula que tive sobre ciências sociais aplicadas, na faculdade. Me encantou e surpreendeu quando a professora disse que as organizações não possuem espaço para o sofrimento do homem. Bazinga, sem pensar muito já fez todo o sentido pra mim. Não que o trabalho seja execrável sempre, mas a verdade é que o homem não maquina precisa de sentido porque tem emoção, tem sentimentos. O trabalho sem sentido é vazio; ou quando o homem precisa encontrar-se fora do trabalho, por melhor que seja sua atividade, ela perde o sentido. A resposta do momento está fora do trabalho e dentro dele, mas a maquina precisa funcionar.
Desafio grande não poder mostrar a Cara B. A Cara do homem mal humorado, sem paciência, sem estímulo para a sociabilidade, sem um sorriso no rosto e as piadas do momento. Apenas um homem de outra cara. A ranzinza. Aquela proibida. Aquela que não cabe na escrivaninha. E as vezes nem entre amigos ou familia cabe.
Que as pessoas possam mostrar suas caras surradas do tempo e enfadadas da vida alguns dias...! Sofrimento é humano, negar se é desumano. Libertemo-nos.

Cara B
Jorge Drexler

Si cuando vuelves a casa
me ves sombrío,dándole vueltas al vals del desconsuelo,ten compasión de esta falta de luz,hoy soy una moneda que tiene dos lados de cruz.

Y si me notas lejos
estando a tu lado,como una réplica mala de lo que yo era,
tómate en broma mi salto mortal,hoy soy sólo una copia y tu tienes el original.

No le hagas caso a tanto misterio,vos ya sabés la verdad ;que no hay nada peor para esta seriedad
que tomársela en serio.

Deja que hable
tu cercanía,vos conocés la razón,y no hay nada peor para este corazón
que una casa vacía.

Deja pasar esta falta de fé,este disco rayado que hoy tiene sólo cara B.

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