6.7.12

Da vida adulta e porradas.

Às vezes parece que a sensibilidade não cabe no mundo. Temos mais ou menos dela.
Mas a vida adulta te guia a construir uma armadura, que seja uma rocha contra as barbaridades de fora, mas que tenha seus poros bem abertos pra respirar as emoções e os sentimentos, achar os sorrisos, derramar as lágrimas.


E os que tem muitos poros abertos e ainda armadura fraca nesse mundo maluco por aí às vezes leva flechada, bem no peito, e tantas vezes, está aberto pra porrada.
E como é difícil levantar depois de cada porrada.


Levantar e ter certeza de que seus poros abertos ainda fazem algum sentido de estarem ali, mas ao mesmo tempo sabendo que a armadura ainda é fraca, perto de todas as flechadas e porradas já levadas e que ainda levaremos por aí.
Nessas horas às vezes paramos, às vezes só respiramos, ouve-se uma música, lê-se uma poesia, recebe-se carinho, quiçá um ombro amigo, para se perceber apenas humano.
E que o homem, vil quanto possa ser, ainda é fonte de amor, de alguma paz, de alegrias, de alguma esperança.


Mas isso vale só para alguns. Para esses, todos meus poros abertos, para os outros, cito Fernando Pessoa: "Nunca conheci quem tivesse levado porrada...".

2 comentários:

Anônimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=K4w5-XZ244c

Giulietta disse...

Quem será o anônimo que descobriu por onde anda meu mundo? :)