9.9.12

De amores líquidos...

Um dia uma amiga me contou sobre esse tal conceito de amor líquido. Nunca fez tanto sentido... Parece que, por vivermos tempos em que tudo é instantâneo, com a imposição do aqui e agora, tudo seria mais intenso e vivido com o tal gosto do"fingir que não existe amanhã". Mas não, o que a gente se dá conta é que vivemos em tempos líquidos, com uma fluidez tal que escorre pelas mãos, pelos e-mails de 2 linhas, pelos 300 torpedos sem conteúdo...e pelo ralo.
Sem querer aqui ser uma pessimista, afinal não sou e nem serei uma... mas é bem necessário enxergar o tempo do amor líquido. O mundo que dá vazão pra muitos meios, tanta comunicação e ao mesmo tempo um imenso vazio. Como se acostumar a viver assim, desgarrando-se da intensidade, do peso das relações e das emoções... de um sentimento de alguma permanência.
Talvez seja a tal síndrome dos 20 e tantos anos.. ou não, como o Bauman, acho que estamos mesmo na era do amor líquido. E, como essa amiga me disse, o dia que encontrarmos o antídoto... bom, aí merece ser praticado e divulgado. Mas o pensamento do dia vai pra essa sensação de não-permanência... quando o que mais queremos é aportar o barco, o conforto do aqui e agora que ainda vai durar, que não vai descer pelo ralo.
Pros curiosos, tem um artigo legal aqui, ó.
E pra quem não quiser ler, uma citação boa sobre o Bauman é: "ele faz uma radiografia das agruras sofridas pelos homens e mulheres que têm que estabelecer suas parcerias no mundo globalizado.Mundo que ele identifica como líquido, em que as relações se estabelecem com extraordinária fluidez, que se movem e escorrem sem muitos obstáculos, marcadas pela ausência de peso, em constante e frenético movimento."

E dá até pra terminar esse post com um trecho de música, pra não perder a característica do meu cantinho virtual: "Love is just game, we're both playing and we can't get enough of..." Do Kings of Convenience. Recomendo! ;)

Um comentário:

Ju Altgauzen disse...

Sábia essa sua amiga... Eis que acharemos o antídoto!